quinta-feira, 31 de maio de 2012

SUPORTAR

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
(CAPÍTULO 13, ITEM 9º)

     
     "... Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se.
     A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.
   Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante. Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxílio.
     Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai nos que sofrem e orai. 
Irmã Rosália. (Paris, 1860.)"

terça-feira, 29 de maio de 2012

DIVÓRCIO


DIVÓRCIO

"E Jesus, respondendo, disse-lhes: pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento."
Marcos: 10:5



Comentando o dispositivo aprovado por Moisés, com referência ao divórcio, Jesus tem uma luminosa definição, dentro do assunto.

O Mestre explica sabiamente que a instituição não procedia da esfera de influenciação divina, mas sim, da dureza dos corações humanos.

Por melhor defendida pelos argumentos de juizes e sociólogos, a medida, cristãmente considerada, não pode passar disso.

Esse ou aquele cônjuge movimenta o processo separacionista justificando a atitude, com a alegação de que procura evitar o pior; entretanto, isso não constitui senão trama individual, quando não representa insaciedade criminosa.

O casal que procura semelhante recurso não faz mais que adiar o resgate de um débito, agravando os esforços do pagamento, pelas suas noções de irresponsabilidade.

Desdenha-se a possibilidade de hoje, mas não se poderá fugir às imposições de amanhã.

O marido grosseiro ou a esposa ignorante são também campos de trabalho do Senhor, além dos laços poderosos do pretérito que a união conjugal evidencia.

Muita gente busca essa válvula para escapar da experiência útil, entregando-se à variedade viciosa, mas vale-se de uma medida nascida da dureza dos corações humanos e não faz mais que caminhar ao encontro de seus efeitos perniciosos.

Os que se encontram em trânsito, da animalidade para a espiritualidade, devem meditar a lição de Jesus, abandonando a preocupação de meros caçadores de prazer.


Espírito: Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Livro: Levantar e Seguir - pág. 45